Crimes ambientais: a cada 400 casos no Brasil, só um termina em prisão, apontam CNJ e governo

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Crimes ambientais a cada 400 casos no Brasil, só um termina em prisão, apontam CNJ e governo

Recentemente, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Justiça revelaram uma alarmante estatística sobre crimes ambientais no Brasil: apenas um em cada 400 casos resulta em prisão. Até agosto de 2024, foram registrados aproximadamente 183,3 mil processos relacionados a crimes ambientais, mas somente 433 culminaram em detenção.

Contexto dos Crimes Ambientais no Brasil

  • Alta Incidência de Casos: O Brasil tem enfrentado uma média de 4 mil novos casos de crimes ambientais por mês desde 2020, totalizando cerca de 34,9 mil novos casos até agosto de 2024. No entanto, apenas 41,3 mil desses casos foram julgados, com outros 142 mil ainda aguardando decisão.
  • Tipos Comuns de Crimes: Os crimes mais frequentemente registrados incluem:
  • Dano ambiental: 7.724 casos
  • Crimes contra a flora: 4.700 casos
  • Crimes contra a fauna: 3.884 casos
  • Indenização por dano ambiental: 3.238 casos
  • Crimes contra o meio ambiente e patrimônio genético: 2.820 casos.

Impunidade e Propostas de Mudança

A situação atual é vista como um reflexo da impunidade prevalente em relação aos crimes ambientais no Brasil. O advogado e cientista político Nauê Bernardo enfatiza que, apesar da existência de leis que criminalizam essas ações, a baixa taxa de punições sugere que simplesmente aumentar as penas não será suficiente para inibir esses delitos. Ele argumenta que é crucial que o sistema judiciário tenha recursos adequados para garantir que os responsáveis sejam efetivamente punidos.

Em resposta a essa crise, o governo Lula enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional para aumentar as penas para crimes ambientais, especialmente em casos de incêndios florestais, onde as punições poderiam variar de 3 a 6 anos de reclusão. No entanto, esse projeto ainda está parado na câmara legislativa.

Impacto Social

Os crimes ambientais não afetam apenas o meio ambiente, mas têm repercussões diretas sobre a sociedade como um todo. Bernardo ressalta que esses delitos comprometem tanto o presente quanto o futuro dos ecossistemas brasileiros[1]. A lentidão do sistema judiciário e a falta de efetividade nas punições são fatores críticos que precisam ser abordados para garantir uma proteção mais robusta ao meio ambiente no país.

Os crimes ambientais mais comuns no Brasil, conforme dados recentes, incluem:

  • Dano ambiental: 7.724 casos registrados.
  • Crimes contra a flora: 4.700 casos, que abrangem a destruição de vegetação e árvores sem autorização.
  • Crimes contra a fauna: 3.884 casos, envolvendo a caça, captura ou uso de animais silvestres de forma ilegal.
  • Indenização por dano ambiental: 3.238 casos, relacionados à reparação de danos causados ao meio ambiente.
  • Crimes contra o meio ambiente e patrimônio genético: 2.820 casos, que incluem ações que afetam a biodiversidade e os recursos genéticos[1][2][4].

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Esses números refletem uma preocupação crescente com a proteção ambiental no país, especialmente em um contexto onde a impunidade é alta e muitos casos não resultam em punições efetivas.