Boeing irá cortar 17 mil empregos, 10% da força de trabalho, diz CEO

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Boeing ira cortar 17 mil empregos 10 da forca de trabalho global diz CEO

Boeing anunciou um corte significativo de 17 mil empregos, representando 10% de sua força de trabalho global, conforme declarado pelo CEO Kelly Ortberg em uma mensagem aos funcionários na última sexta-feira (11). Essa decisão é parte de um esforço para alinhar a estrutura da empresa com sua realidade financeira, especialmente em meio a uma greve que já dura um mês e que paralisou a produção de vários modelos de aeronaves, incluindo os jatos 737 MAX, 767 e 777.

Além dos cortes de pessoal, a Boeing também atrasou a entrega do modelo 777X para 2026, um ano depois do previsto. Este atraso é atribuído a desafios no desenvolvimento e à interrupção dos testes de voo devido à greve, que envolve cerca de 33 mil trabalhadores. Ortberg enfatizou que a empresa precisa fazer mudanças estruturais para restaurar sua competitividade e enfrentar os desafios financeiros, que incluem custos adicionais estimados em US$ 5 bilhões.

No contexto financeiro, a Boeing está projetando uma receita de US$ 17,8 bilhões para o próximo trimestre, mas também espera uma perda significativa por ação, o que levanta preocupações sobre sua classificação de crédito. A situação atual é crítica, com a S&P Global Ratings alertando sobre o risco de rebaixamento da classificação da empresa para “junk”, o que poderia aumentar seus custos de financiamento.

Os cortes de 17 mil empregos na Boeing terão várias consequências significativas para a empresa, afetando tanto sua estrutura interna quanto sua posição no mercado. Abaixo estão as principais implicações:

Consequências dos Cortes de Emprego

1. Reestruturação Interna

  • Mudanças Estruturais: A Boeing está implementando uma reestruturação para alinhar sua força de trabalho com a realidade financeira atual. Isso inclui cortes em todos os níveis, desde executivos até trabalhadores da linha de produção.
  • Foco em Áreas Estratégicas: O CEO Kelly Ortberg mencionou a necessidade de concentrar recursos em áreas essenciais, o que pode significar um redirecionamento de investimentos e esforços em projetos prioritários.

2. Impacto na Produção

  • Atrasos nos Lançamentos: O corte de pessoal coincide com o atraso na entrega do modelo 777X, agora previsto para 2026, o que pode prejudicar a competitividade da Boeing frente a concorrentes.
  • Paralisação de Produção: A greve dos trabalhadores já havia interrompido a produção de modelos populares como o 737 MAX, e os cortes podem exacerbar essa situação, levando a mais atrasos e dificuldades operacionais.

3. Desafios Financeiros

  • Perdas Financeiras: A Boeing já enfrenta perdas significativas, com expectativas de uma perda por ação de quase US$ 10 e um fluxo de caixa operacional negativo. A redução da força de trabalho pode não ser suficiente para conter essas perdas imediatas.
  • Classificação de Crédito: A S&P Global Ratings alertou sobre o risco de rebaixamento da classificação de crédito da Boeing, que poderia aumentar os custos de financiamento e impactar ainda mais a saúde financeira da empresa.

4. Reação do Mercado

  • Queda nas Ações: As ações da Boeing já reagiram negativamente às notícias dos cortes, refletindo a desconfiança do mercado em relação à capacidade da empresa de se recuperar rapidamente.
  • Confiança do Cliente: A necessidade de reverter a percepção negativa entre clientes e investidores será um desafio contínuo, especialmente após os atrasos e as demissões.

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5. Cultura Organizacional

  • Moral dos Funcionários: Cortes significativos podem afetar a moral dos funcionários restantes, gerando incertezas sobre o futuro da empresa e levando a uma possível queda na produtividade.

Essas consequências destacam como os cortes de emprego são parte de uma estratégia mais ampla para enfrentar uma crise multifacetada, mas também revelam os riscos associados à implementação dessas medidas em um ambiente já instável.